Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu-lhe: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O.
| Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
O judaísmo tinha uma Lei com 613 mandamentos. Para os judeus integristas todos os mandamentos tinham o mesmo valor. Jesus admite a pergunta: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?». Jesus aceita o diálogo. Não se deixa contaminar pelo «fanatismo» da Lei. O principal mandamento consiste em amar a Deus. Mas Jesus acrescenta o amor ao próximo. Para Jesus, o amor a Deus e o amor ao próximo estão inter-ligados. Este comportamento vale mais do que qualquer ritual religioso, «vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Na verdade, o amor tem de estar antes da vivência cultual. Mas há pessoas que dão mais valor à religião do que ao amor. E também há pessoas que dão mais valor ao amor a Deus do que ao amor ao próximo. Nasce daqui o grave perigo da violência religiosa, do combate ao outro em nome da fé. O amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis. Eis a verdadeira identidade cristã. Emerge assim a pergunta deste tempo quaresmal: como vivemos?
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