Naquele tempo, Jesus estava a expulsar um demónio que era mudo. Logo que o demónio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada. Mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios». Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu. Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa. Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios. Ora, se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes. Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança. Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa».
| É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios
Os primeiros cristãos foram acusados de praticar actos de magia, influenciados pelas forças do mal (Belzebu). Esta acusação é feita também a Jesus. «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios». Nos escritos apologéticos dos primeiros séculos cristãos, é frequente encontrar argumentos contra a acusação de que os cristãos eram agentes do mal. Talvez seja esse o fundamento para a elaboração deste texto evangélico. Quando separamos Deus do ser humano corremos o risco de cair na tentação de maltratar a criatura humana pensando que estamos a defender Deus. E até podemos pensar que estamos a ser fiéis a Deus. Assim pensavam os inimigos de Jesus. «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios». Mas o Deus de Jesus Cristo está totalmente unido ao ser humano. Por isso, qualquer tentativa de ofender, caluniar, maltratar, agredir, desprezar um ser humano é sempre uma ofensa ao próprio Deus.
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