Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Pedi e dar-se-vos-á, procurai e encontrareis, batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede recebe, quem procura encontra e a quem bate à porta abrir-se-á. Qual de vós dará uma pedra a um filho que lhe pede pão, ou uma serpente se lhe pedir peixe? Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos Céus as dará àqueles que Lhas pedem! Portanto, o que quiserdes que os homens vos façam fazei-lho vós também: esta é a Lei e os Profetas».
| Qual de vós dará uma pedra a um filho que lhe pede pão, ou uma serpente se lhe pedir peixe?
Qual é o sentido da oração de petição? Tem sentido rezar para que venha chuva quando se vive um período forte de seca, como o que estamos a atravessar? Tem sentido rezar pela cura de um doente em fase terminal? «Qual de vós dará uma pedra a um filho que lhe pede pão, ou uma serpente se lhe pedir peixe?». O argumento de Jesus é inquestionável. Se os pais, que até às vezes são maus, dão coisas boas aos seus filhos, muito mais nos dará Deus, o Pai que está nos Céus. No entanto, surge a dúvida: Mas se Deus sabe tudo o que precisamos e quer sempre o nosso bem, que sentido tem pedir-Lhe o que quer que seja? Não seria mais lógico confiar em Deus e viver serenos e tranquilos? Não é esse o maior acto de fé? Para complicar, às vezes até parece que as nossas orações servem para «empurrar» para Deus o que temos de ser nós a resolver! Ou então queremos fazer da oração um negócio com Deus: se me deres isto eu dou-te aquilo, em troca. E há quem diga que Deus aceita este negócio! O Deus de Jesus Cristo não é como os poderosos deste mundo, com os quais temos de negociar para obter o que pretendemos. No entanto, o argumento de Jesus é inquestionável. Mas numa outra perspectiva. A perspectiva não se coloca do lado de Deus, mas do nosso. E Jesus conhece (bem) a nossa condição humana. Somos assim. Faz parte da nossa maneira de viver. Por isso, Jesus «aprova» - e até recomenda - a oração de petição. Mas nunca para justificar as nossas irresponsabilidades. Isso não.
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