Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será submetido a julgamento’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo. Portanto, se fores apresentar a tua oferta sobre o altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta. Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo».
| Reconcilia-te com o teu adversário
Levamos a sério o que diz Jesus? De todas estas afirmações de Jesus, quais estão presentes na nossa vivência cristã? O problema não está na nossa (inevitável) fraqueza humana. O problema maior está na forma como organizamos a nossa maneira de viver. «Reconcilia-te com o teu adversário». Jesus propõe a reconciliação como modalidade positiva para resolver os conflitos. Mas nós preferimos viver como se fossem compatíveis as palavras de Jesus com as nossas inimizades e as nossas vinganças. Assinalamos as palavras de Jesus como ideais. Mas assumimos a realidade com outros critérios. Por isso, as palavras de Jesus não têm qualquer consequência na nossa maneira de viver! Criamos inimizades. Alimentamos ódios. Esquematizamos vinganças. Provocamos sofrimentos. E continuamos a dizer que somos cristãos (católicos) como se fosse possível a comunhão com Deus, enquanto vivemos assim... «Se fores apresentar a tua oferta sobre o altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta». É curioso que, para Jesus, as culpas menos graves são as que têm castigo mais severo: quem se irar será julgado; quem chamar imbecil será levado ao Sinédrio (tribunal sediado em Jerusalém); quem chamar louco será condenado à «geena de fogo». Como sempre, o amor é a maior, ou melhor, a única lei cristã. «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmosao amor e às boas obras. A Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor» (Mensagem do Papa).
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