Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga. E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita». Jesus dizia ainda: «A que havemos de comparar o reino de Deus? Em que parábola o havemos de apresentar? É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a terra; mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra». Jesus pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes de entender. E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.
| Reflexão
A terra e a semente têm forças para produzir fruto e dar vida. Assim é o que acontece com o Reino de Deus. «O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra». O Reino de Deus é uma semente que produz vida. Não é uma questão de habilidade ou técnica humana. «A semente germina e cresce, sem ele saber como». Enganamo-nos quando pensamos que a eficácia do Reino de Deus depende, em primeiro lugar, das nossas capacidades e habilidades. Jesus acrescenta outra parábola: o grão de mostarda, «a menor de todas as sementes que há sobre a terra». O Reino de Deus será sempre uma «coisa pequena». O Reino de Deus não cresce à base de concentrações mediáticas ou de grandes solenidades. A Igreja deve ser uma «minoria criativa» atenta à sociedade, pronta a renovar a linguagem e disposta a recusar o cansaço, disse o padre e teólogo espanhol Salvador Pié-Ninot. E continuou: O tema da linguagem e da sua retradução para as «categorias de hoje» ainda não está solucionado, sendo uma das «grandes tarefas pendentes» para os católicos. Jesus compara o Reino de Deus com situações da natureza, que facilmente são entendidas por todos. Não recorre a símbolos ou linguagens religiosas. O que nos falta muitas vezes é uma linguagem acessível a todos. Falta-nos humanidade e simplicidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário