— V Semana Bíblica — terceiro dia — Percursos de fé: o cego de Jericó e Zaqueu —
Os percursos de fé do cego de Jericó e de Zaqueu no evangelho segundo Lucas foi o tema apresentado pelo padre João Alberto Sousa Correia, no terceiro dia da semana bíblica do arciprestado de Braga. Esta iniciativa, que acontece pelo quinto ano consecutivo, teve início às 21h, no Auditório Vita, em Braga. Depois da saudação feita pelo arcipreste, cónego Manuel Joaquim Costa, as cerca de 400 pessoas presentes tiveram oportunidade de ouvir o conferencista evocar o primeiro dia desta semana para recordar a finalidade dos evangelhos: «a fim de reconheceres a solidez da doutrina em que foste instruído» (capítulo 1, versículo 4).
O tema do dia foi inserido, pelo padre João Alberto, pároco de Frossos e Prado, no contexto das várias narrativas de fé que preenchem o evangelho lucano. Na verdade, este é um evangelho predominantemente narrativo. De entre as várias narrativas possíveis para ilustrar a temática da fé, os organizadores escolheram duas personagens: o cego de Jericó e Zaqueu. Estes dois episódios narrados nos capítulos 18 e 19, respetivamente, estão plenamente enquadrados na globalidade do evangelho, como justificou o conferencista. E, para isso, fez uma breve apresentação do evangelho segundo Lucas: Prólogo (capítulo 1, versículos 1 a 4); Narrativas da infância (capítulo 1, versículo 5 até ao versículo 52 do segundo capítulo; Ministério de Jesus (capítulo 3 até ao versículo 50 no nono capítulo); Viagem para Jerusalém (capítulo 9, versículo 51 até ao capítulo 19, versículo 27); Ministério de Jesus em Jerusalém (capítulo 19, versículo 28 até ao final do capítulo 24). Os episódios deste dia fazem parte da «Viagem para Jerusalém», que se pode dividir em três partes: a promessa do reino; condições para entrar no reino; entrada no reino. Esta última envolve as narrativas propostas. Desta forma, a assembleia ficou a perceber o percurso lógico do evangelho, de acordo com a «ordem» estabelecida pelo autor.
Antes da proclamação do episódio do cego de Jericó, o pároco de Frossos referiu-se ao acontecimento anterior em que o evangelista descreve a incompreensão dos discípulos, «a cegueira dos discípulos», acrescentou. Depois, após a proclamação, deu conta de que Lucas quer situar o leitor/ouvinte no plano do discipulado e não no plano da cura do cego. Este encontro acontece perto da celebração Páscoa judaica, em Jericó, que era um local de passagem dos peregrinos vindos do norte em direção a Jerusalém. Fazendo eco de outros textos bíblicos, quer do evangelho, quer do Antigo Testamento, disse que esta narrativa mostra que as profecias se vão tornando realidade. Os pontos altos do relato são a proclamação messiânica de Jesus feita pelo cego e a declaração de Jesus sobre a fé daquele homem: «A tua fé te salvou» (capítulo 18, versículo 42). Os dois aspetos da reflexão do conferencista centraram-se no protagonismo do cego (é ele que toma a iniciativa: pede misericórdia) e na atenção e ação de Jesus (pede que tragam o cego até ele e cura-o). Como consequência da ação de Jesus, o curado glorifica a Deus e segue Jesus. No final da reflexão sobre este relato, o padre João Alberto destacou que não se tratou apenas de uma transformação física, mas aquele homem tornou-se um homem de fé. Não podemos esquecer que o evangelista escreve para nós, para despertar no leitor/ouvinte o desejo de seguir Jesus, ser discípulo.
A proclamação do episódio de Zaqueu inaugurou a reflexão sobre a segunda narrativa de fé escolhida para este dia, centrada nos seguintes pontos: Zaqueu; a multidão; Jesus; a conversão. Entre outros aspetos falou da semelhança com o capítulo seis do livro de Josué e apresentou-o como o último episódio da viagem de Jesus, antes de entrar na cidade de Jerusalém. O nome do personagem (diminutivo de Zacarias: «o Senhor recorda-se»), a sua profissão (chefe de cobradores de impostos) e a sua estatura física (pequeno) foram outros temas analisados pelo conferencista. Referiu a atitude da multidão que queria impedir Zaqueu de ver e de estar com Jesus. E, depois, salientou a postura de Jesus que toma a iniciativa, dirige-se a Zaqueu, olha para ele com profundidade, e oferece-se para «ficar» em casa dele. A expressão «tenho de (ficar em tua casa)», como noutros casos, manifesta o projeto de Deus para humanizar e salvar a pessoa. «Só o perdão nos permite estar de pé diante de Deus e dos irmãos», disse o padre João Alberto. Na sequência, quis deixar bem clara a esta lógica: pecado - perdão - conversão. A conversão não está antes, mas depois do perdão. O perdão e a conversão não colocam limites ao exercício da misericórdia, por isso Zaqueu fez mais do que a lei determinava para repor a justiça. A expressão final de Jesus é típica no evangelho segundo Lucas: «Hoje veio a salvação a esta casa».
O último ponto da conferência foi intitulado «o percurso da fé» e apresentado de acordo com os seguintes aspetos: caminho; chamar e ver; a hospitalidade; o perdão e a conversão; a salvação como finalidade da fé. Em cada uma destas alíneas o padre João Aberto Correia teceu algumas considerações para ajudar os presentes a compreenderem a mensagem deste encontro: através destas narrativas o evangelista pretende ajudar-nos a fazer o percurso da fé, tendo como finalidade a salvação. E acrescentou que «a fé professada dá origem à fé celebrada e vivida». As palavras de despedida foram proferidas pelo arcipreste cónego Manuel Joaquim, lenbrando que no último dia da semana bíblica será evocada a abertura do Ano da Fé através de um momento comunitário no final da reflexão do padre João Alberto sobre a temática de «Emaús, laboratório da fé pascal».
Antes da proclamação do episódio do cego de Jericó, o pároco de Frossos referiu-se ao acontecimento anterior em que o evangelista descreve a incompreensão dos discípulos, «a cegueira dos discípulos», acrescentou. Depois, após a proclamação, deu conta de que Lucas quer situar o leitor/ouvinte no plano do discipulado e não no plano da cura do cego. Este encontro acontece perto da celebração Páscoa judaica, em Jericó, que era um local de passagem dos peregrinos vindos do norte em direção a Jerusalém. Fazendo eco de outros textos bíblicos, quer do evangelho, quer do Antigo Testamento, disse que esta narrativa mostra que as profecias se vão tornando realidade. Os pontos altos do relato são a proclamação messiânica de Jesus feita pelo cego e a declaração de Jesus sobre a fé daquele homem: «A tua fé te salvou» (capítulo 18, versículo 42). Os dois aspetos da reflexão do conferencista centraram-se no protagonismo do cego (é ele que toma a iniciativa: pede misericórdia) e na atenção e ação de Jesus (pede que tragam o cego até ele e cura-o). Como consequência da ação de Jesus, o curado glorifica a Deus e segue Jesus. No final da reflexão sobre este relato, o padre João Alberto destacou que não se tratou apenas de uma transformação física, mas aquele homem tornou-se um homem de fé. Não podemos esquecer que o evangelista escreve para nós, para despertar no leitor/ouvinte o desejo de seguir Jesus, ser discípulo.
A proclamação do episódio de Zaqueu inaugurou a reflexão sobre a segunda narrativa de fé escolhida para este dia, centrada nos seguintes pontos: Zaqueu; a multidão; Jesus; a conversão. Entre outros aspetos falou da semelhança com o capítulo seis do livro de Josué e apresentou-o como o último episódio da viagem de Jesus, antes de entrar na cidade de Jerusalém. O nome do personagem (diminutivo de Zacarias: «o Senhor recorda-se»), a sua profissão (chefe de cobradores de impostos) e a sua estatura física (pequeno) foram outros temas analisados pelo conferencista. Referiu a atitude da multidão que queria impedir Zaqueu de ver e de estar com Jesus. E, depois, salientou a postura de Jesus que toma a iniciativa, dirige-se a Zaqueu, olha para ele com profundidade, e oferece-se para «ficar» em casa dele. A expressão «tenho de (ficar em tua casa)», como noutros casos, manifesta o projeto de Deus para humanizar e salvar a pessoa. «Só o perdão nos permite estar de pé diante de Deus e dos irmãos», disse o padre João Alberto. Na sequência, quis deixar bem clara a esta lógica: pecado - perdão - conversão. A conversão não está antes, mas depois do perdão. O perdão e a conversão não colocam limites ao exercício da misericórdia, por isso Zaqueu fez mais do que a lei determinava para repor a justiça. A expressão final de Jesus é típica no evangelho segundo Lucas: «Hoje veio a salvação a esta casa».
O último ponto da conferência foi intitulado «o percurso da fé» e apresentado de acordo com os seguintes aspetos: caminho; chamar e ver; a hospitalidade; o perdão e a conversão; a salvação como finalidade da fé. Em cada uma destas alíneas o padre João Aberto Correia teceu algumas considerações para ajudar os presentes a compreenderem a mensagem deste encontro: através destas narrativas o evangelista pretende ajudar-nos a fazer o percurso da fé, tendo como finalidade a salvação. E acrescentou que «a fé professada dá origem à fé celebrada e vivida». As palavras de despedida foram proferidas pelo arcipreste cónego Manuel Joaquim, lenbrando que no último dia da semana bíblica será evocada a abertura do Ano da Fé através de um momento comunitário no final da reflexão do padre João Alberto sobre a temática de «Emaús, laboratório da fé pascal».
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