Naqueles dias, juntou-se novamente uma grande multidão e, como não tinham que comer, Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Tenho pena desta multidão; há já três dias que estão comigo e não têm que comer. Se os despedir sem alimento para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe». Responderam-Lhe os discípulos: «Como se poderia saciá-los de pão, aqui num deserto?». Mas Jesus perguntou: «Quantos pães tendes?». Eles responderam: «Temos sete». Então Jesus ordenou à multidão que se sentasse no chão. Depois tomou os sete pães e, dando graças, partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem, e eles distribuíram-nos à multidão. Tinham também alguns pequenos peixes. Jesus pronunciou sobre eles a bênção e disse que os distribuíssem também. Comeram e ficaram saciados. Dos bocados que sobraram encheram sete cestos. Eram cerca de quatro mil pessoas. Então Jesus despediu-os e, subindo para o barco com os discípulos, dirigiu-se para a região de Dalmanutá.
| Partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem
A chamada «multiplicação» dos pães é um dos acontecimentos mais repetido no Novo Testamento. Aparece seis vezes. Há uma cena que é descrita pelos quatros evangelista; e outra que é narrada por Marcos e Mateus. Talvez seja mais correcto falar em divisão, do que em multiplicação. O gesto de Jesus não valoriza o ter mais, mas a partilha do que existe. «Partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem». Aprender a dividir (distribuir) vale mais do que multiplicar! Certamente que se trata de um acontecimento marcante para as primeiras comunidades cristãs. Trata-se de um facto que continua a impressionar: a fome da multidão, a fome no mundo. Não podemos ficar indiferentes perante aqueles que, por não terem alimento, «desfalecerão no caminho». Em cada três segundos morre um ser humano à fome. O gesto de Jesus foi tão forte e teve tanto impacto que marcou a vida das primeiras comunidades cristãs. O peixe tornou-se o símbolo dos cristãos. E a Eucaristia foi antes chamada de «Fracção do Pão». Em cada domingo, em cada comunidade, era (é) lembrada esta atitude de Jesus: tomou, deu graças, partiu e deu (para distribuírem). A mesa partilhada recordava a união e a humanidade que tem origem em Jesus Cristo. E os distinguia dos outros, que preferiam dar mais valor à honra e ao poder. E nós, estamos dispostos a partir e a distribuir?
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