sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Acredito

— Palavra de Deus para a Comemoração de todos os Fiéis Defuntos —

Evangelho segundo João 11, 21-27
Naquele tempo, disse Marta a Jesus: «Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas eu sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Ele To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim nunca morrerá. Acreditas nisto?». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus,  que havia de vir ao mundo».

Acredito
«Acredito» — responde Marta à pergunta de Jesus — «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo». Em dia de Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos é natural e inevitável que recordemos aqueles e aquelas que morreram, especialmente os que representam algo de importante para a nossa vida. Contudo, não podemos ficar a olhar apenas para o passado. É preciso aprendermos a lançar o nosso olhar para a eternidade, a vida que transcende o espaço e o tempo. É precisamente para essa dimensão que Jesus Cristo convida Marta: «Eu sou a ressurreição e a vida. [...] Todo aquele que vive e acredita em Mim nunca morrerá». Hoje, é fundamental que esteja bem forte diante de nós a reflexão sobre esta realidade. Qual é a nossa resposta à pergunta de Jesus: «Acreditas nisto?». Este Ano da Fé — como sugere o Papa — é um «convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os seres humanos à conversão de vida» («A Porta da Fé», 6). Que bela oportunidade temos diante de nós para purificarmos as nossas ideias e falsas imagens sobre a fé na ressurreição! Recuperemos o sentido profundo do Batismo. Somos homens e mulheres batizados, isto é, mergulhados na vida nova que é o próprio Jesus Cristo. O Papa acrescenta: «Em virtude da fé, esta vida nova modela toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do ser humano vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A ‘fé, que atua pelo amor’, torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a vida do ser humano» («A Porta da Fé», 6). Neste mesmo sentido, o Ano da Fé ensina-nos a tomar o «Credo» não como mais uma fórmula doutrinal repetida mecanicamente ou inconscientemente, mas como uma oração contemplativa, para que se torne, depois, numa narrativa da nossa própria história. Dizer «creio» ou — usando a palavras de Marta no evangelho — dizer «acredito» não pode ser a repetição de um texto que me deram ou ensinaram. Dizer «creio», «acredito», é reconhecer-me dentro das palavras que pronuncio, para contemplar a presença de Deus, aqui e agora, que continua em mim, em nós, o ato criador e redentor. Então, a afirmação «creio» ou «acredito» torna-se o sinal da minha, da nossa, identidade cristã. Eu acredito no Deus que me criou e me recria em cada dia. Acredito no seu Filho, Jesus Cristo, que veio ao nosso mundo e vem à minha vida, para me apontar o caminho da felicidade, dando a vida por amor. Por isso, eu acredito que Deus o ressuscitou e tornou-o participante da plenitude da vida. Acredito que o Espírito Santo habita em mim, como um presente de Deus, para me ajudar a abrir o coração à porta da fé. E a caminhar na santidade. Acredito que o momento da morte é também o momento da ressurreição. Acredito que serei purificado para viver em Deus, para sempre. 

Professemos a nossa fé, digamos o «Credo», de manhã, ao deitar, durante o dia, sozinhos, em família, em grupo, sem nos cansarmos... e deixemos que as palavras façam parte de nós!

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